Dar a Ver | PATHS OF LIGHT

Last but not least, “Paths of light” do talentoso Nelson Fernandes (também conhecido pelo nome de guerra “Zina”). Sobre o extraordinário filme de animação, escreveu Mário Fernandes: “Segundos onde cabem todos os rostos, todos os séculos, todas as estações da vida, todas as cores e traços e curvas e linhas tremidas, todos os quadros sonhados e queimados. “Paths of Light” é a infinita poética do cinema de animação, o pôr a matéria a sonhar na sua potência sensível, o ser agitado pelo fluir das imagens que não detemos nem controlamos, universo num fluxo inconsciente e materialista, cosmos partilhado que destrói continuamente todas as formas porque se recusa a uma só forma. Sem prudências naturalistas, a animação de “Paths of Light” não descreve as coisas visíveis, fura-as na direcção do invisível, da luz penetrante, reveladora e musical, “madeira que se descobre violino” (Rimbaud). Constantemente ilimitado, matéria diáfana da criação, este poema […]

Dar a Ver | SQUARE DANCE, LOS ANGELES COUNTY, CALIFORNIA, 2013

Depois de ter vivido em Los Angeles, Sílvia das Fadas trouxe para Portugal “Square Dance, Los Angeles County, California, 2013”, desde então projectado em vários festivais e na Cineteca di Bologna. Quando o filme passou pela primeira vez em Portugal, Alejandra Rosenberg escreveu: “Entramos com o poema “Of Being Numerous” de George Oppen nesta bela obra que reivindica a transcendência do analógico na nossa era digital. Mergulhamos, através da extrema sensibilidade da realizadora, até umas mãos que se agarram, até um cruzamento de olhares, chegando a uma lembrança que se enche de vida pelo movimento das folhas que a acompanha. E acabamos, sem querer que terminasse, com um manifesto sobre a necessidade de voltar a reunir a força originária do cinema, do povo e da vida.” SQUARE DANCE, LOS ANGELES COUNTY, CALIFORNIA, 2013 E.U.A./Portugal | 2013 | Cor | 16mm | 9′ Realização: Sílvia das Fadas Sábado 14 Janeiro 2017 […]

Dar a Ver | A NOSSA CASA

De João Rodrigues projectámos nos “Encontros Cinematográficos” o belíssimo “Adeus Lisboa”. É tempo de dar a ver o seu primeiro filme – “A Nossa Casa”-, que recebeu uma menção honrosa no Doc Lisboa em 2012. Sobre o filme, escreveu Tiago Costa: “As histórias que se ouvem relatadas por uma voz de parte incerta, que soa estrangeira e longínqua, ecoam nos ventos e árvores e mares que nos encantam pela serenidade das suas formas e ganham sentido nessa narração que estimula a imaginação e nos leva para lugares e vivências específicas que se calhar desconhecíamos. Sentir o tempo na natureza, o tempo do presente, é sentir sempre o rasto de vidas antepassadas e transformações que aquele pedaço de terra viveu através dos anos. É de generosidade que falo quando me refiro à oportunidade que nos é dada por este filme de nos fazer contemplar esse movimento dramático do mundo dos homens, […]