Dar a Ver | Braga

Do bracarense José Oliveira, que recentemente nos deu a ver o belíssimo “Longe”, vem o seu primeiro filme, nunca projectado, um tributo bem estruturado à cidade de Braga. Sobre “Braga”, escreveu o seu conterrâneo e nosso convidado João Palhares: “a ficar com um dos planos de Braga, fico com o dos miúdos a correr em círculo na fonte da Praça do Município. Pensa-se sempre, muito mal, que para filmar movimento a câmara se tem que mexer mas se neste caso se mexesse o movimento era anulado e o plano, sim, tornava-se fixo, parado, chato. Assim, como o Zé o filmou, está cheio de vida. O mesmo para o da ponte aérea à beira do Braga Parque, demencial e caleidoscópico. Ainda o da ruela das Frigideiras, triste, melancólico… Antes da poesia, a prosa, que é como dizer: antes de Dá-me uma Gotinha de Água, Maio Maduro Maio e Longe, Braga. (texto […]

Dar a Ver | PRÓ ANO HÁ MAIS

Em primeira projecção pública, o também primeiro filme de Daniel Pereira: “Pró ano há mais”. Bruno Andrade, convidado dos “Encontros Cinematográficos” em 2013, escreveu: “Essa colheita é na realidade uma serena paciência. A fala desse homem – fruto da atenção que seu filho, realizador do filme, lhe dedica – é o testemunho de um bom trabalho recompensado: a atenção de Daniel é análoga, paralela, à que o Sr. Pereira dedica ao cultivo e à lavoura. Ao conhecimento empírico da terra corresponde uma compreensão estrutural abstrata que investe a realidade que descreve de concretude e é por ela recompensada sob a forma de uma dança: a sabedoria dos costumes e dos hábitos do campo existe aqui não como obra, mas como ato; não como idealização, mas como ideia. Seguindo uma das grandes linhas do cinema moderno, Daniel filma uma conversa: um diálogo do seu pai com a terra. Verdadeira lição desse […]

Dar a Ver | CORDÃO VERDE

Hiroatsu Suzuki e Rossana Torres abraçaram o Alentejo na sua primeira obra – “Cordão Verde”. Sobre o filme, escreveu Daisuke Akasaka: “Eliminada a narração explicativa, a própria voz off feminina que se ouve no início com uma leitura que acompanha a calma panorâmica de uma cadeia montanhosa – «A respiração, o ritmo da terra cantam…» – é já puramente musical. A câmara, que filma os ofícios dos habitantes nesta região de colinas que se estende desde o Alentejo até ao Algarve, vai tocando uma espécie de música através das mudanças de som e luz, ao longo das sucessivas transições de espaços e distâncias, entre vales, rios e correntes, exteriores e interiores, entre os vários trabalhos manuais…” (texto publicado na íntegra no Jornal “Dar a Ver”) CORDÃO VERDE Portugal | 2009 Realização: Hiroatsu Suzuki e Rossana Torres Sábado 14 Janeiro 2017 | 15h00 A Moagem – Cidade do Engenho e das […]