Dar a Ver | A NOSSA CASA

De João Rodrigues projectámos nos “Encontros Cinematográficos” o belíssimo “Adeus Lisboa”. É tempo de dar a ver o seu primeiro filme – “A Nossa Casa”-, que recebeu uma menção honrosa no Doc Lisboa em 2012. Sobre o filme, escreveu Tiago Costa: “As histórias que se ouvem relatadas por uma voz de parte incerta, que soa estrangeira e longínqua, ecoam nos ventos e árvores e mares que nos encantam pela serenidade das suas formas e ganham sentido nessa narração que estimula a imaginação e nos leva para lugares e vivências específicas que se calhar desconhecíamos. Sentir o tempo na natureza, o tempo do presente, é sentir sempre o rasto de vidas antepassadas e transformações que aquele pedaço de terra viveu através dos anos. É de generosidade que falo quando me refiro à oportunidade que nos é dada por este filme de nos fazer contemplar esse movimento dramático do mundo dos homens, […]

Dar a Ver | Braga

Do bracarense José Oliveira, que recentemente nos deu a ver o belíssimo “Longe”, vem o seu primeiro filme, nunca projectado, um tributo bem estruturado à cidade de Braga. Sobre “Braga”, escreveu o seu conterrâneo e nosso convidado João Palhares: “a ficar com um dos planos de Braga, fico com o dos miúdos a correr em círculo na fonte da Praça do Município. Pensa-se sempre, muito mal, que para filmar movimento a câmara se tem que mexer mas se neste caso se mexesse o movimento era anulado e o plano, sim, tornava-se fixo, parado, chato. Assim, como o Zé o filmou, está cheio de vida. O mesmo para o da ponte aérea à beira do Braga Parque, demencial e caleidoscópico. Ainda o da ruela das Frigideiras, triste, melancólico… Antes da poesia, a prosa, que é como dizer: antes de Dá-me uma Gotinha de Água, Maio Maduro Maio e Longe, Braga. (texto […]

Dar a Ver | PRÓ ANO HÁ MAIS

Em primeira projecção pública, o também primeiro filme de Daniel Pereira: “Pró ano há mais”. Bruno Andrade, convidado dos “Encontros Cinematográficos” em 2013, escreveu: “Essa colheita é na realidade uma serena paciência. A fala desse homem – fruto da atenção que seu filho, realizador do filme, lhe dedica – é o testemunho de um bom trabalho recompensado: a atenção de Daniel é análoga, paralela, à que o Sr. Pereira dedica ao cultivo e à lavoura. Ao conhecimento empírico da terra corresponde uma compreensão estrutural abstrata que investe a realidade que descreve de concretude e é por ela recompensada sob a forma de uma dança: a sabedoria dos costumes e dos hábitos do campo existe aqui não como obra, mas como ato; não como idealização, mas como ideia. Seguindo uma das grandes linhas do cinema moderno, Daniel filma uma conversa: um diálogo do seu pai com a terra. Verdadeira lição desse […]