NUVEM
Portugal/França | 1991 | 99′ |  35 mm
Realização: Ana Luísa Guimarães

Na segunda metade dos anos oitenta, uma série de primeiras longas-metragens feitas por ex-alunos da escola de cinema, algumas delas nascidas numa produtora efémera mas com lugar histórico no nosso cinema (a Trópico Filmes, que tanto está por trás de NUVEM como por exemplo de UMA RAPARIGA NO VERÃO de Vítor Gonçalves ou de O SANGUE de Pedro Costa), correspondia a um dos actos de renovação mais consistentes ocorridos no cinema português desde os que tinham sido empreendidos pelas diversas vagas do Cinema Novo. NUVEM, o único dos filmes da Trópico que, até hoje, ficou como opus único de quem o realizou, partilhava com os restantes um rigor e um cuidado de realização, senão também uma mistura de sonho e de negrume e um inescapável romantismo, que, à época, foram generalizadamente sublinhados. História de marginalidade portuguesa, esta era mais uma história de jovens que, tal como os protagonistas de THEY LIVE BY NIGHT de Nicholas Ray, “nunca foram devidamente iniciados no mundo em que vivemos”. Um elo importante na história do nosso cinema que urge relembrar após longo silêncio (a última projecção fora na Cinemateca em 1999), quebrado em Dezembro de 2017 com nova exibição na Cinemateca. (fonte: Cinemateca Portuguesa)